Para conseguir ser cicloturista nao basta vestir a camisa somente nas férias. Primeiro por que não teria condicionamento físico para viajar de bike se só pedalasse nessa época e segundo por que SER denota um estilo de vida.
Atualmente tento seguir este estilo de vida e me aventuro a pedalar até o trabalho de terça a sexta, segunda é o dia mais longo e ainda não consegui ir de bicicleta trabalhar.
Ida e volta até meu trabalho são 24km que tem se mostrado uma verdadeira aventura pelas ruas de Ribeirão Preto, cidade com uma quantidade de veículos motorizados maior que o número de habitantes e pela minha experiência posso dizer que a maioria entende muito pouco de código de trânsito ou ignora essas regras para um trafegar mais seguro.
Vejo todo dia carros em alta velocidade, cortando qualquer um no trânsito, passando em sinal vermelho, acelerando para passar no amarelo, tirando fina de mim (ciclista), entre outras transgreções que só mostram o quanto são analfabetos no quesito segurança. Moto nem dá para listar as infrações, eles agem como verdadeiros tanques de guerra com pressa de chegar a algum lugar, passam nos corredores como se fossem donos do espaço, businam, correm e as vezes morrem, pois não são tão resistentes quanto acham.
E a bicicleta ali no meio dessa confusão, de um lado os motoristas de toda qualidade de veículo que perdem sua identidade de ser humano e vira o "senhor volante" (quem lembra do Pateta quando dirigia), de outro lado a calçada ocupada por pedestres, veículos motorizados estacionados, mesas de bar, animais e seus condutores, e muitos outros obstáculos (até para o pedestre).
Difícil a escolha de continuar na via, mas muitas vezes são tantos perigos na rua, nenhuma ciclovia, e o mais viável é transgredir a regra que diz não poder pedalar na calçada para poder salvar sua própria vida.
Assim tem sido minha vida neste novo estilo de vida, mais aventura do que quando eu era escaladora, que dizem ser um esporte de aventura. Até agora tive somente um acidente que não foi grave, um carro foi atravessar a avenida e me ignorou completamente, pois se me esperasse passar ia perder alguns segundos de sua vida sem movimento.
